O efeito memória de forma (EMF) pode ser definido como a capacidade de um material, após ter sido deformado plasticamente em seu estado martensítico, voltar ao estado ou forma original através de aquecimento a temperaturas superiores à temperatura de transformação martensítica. Isso acontece através de uma transformação da sua estrutura cristalina de martensita para austenita via processos térmicos, resultando grandes deformações. O interessante desses materiais, é que na sua reconstituição à forma original, as ligas com efeito de memória de forma (LEMF) podem realizar trabalho mecânico. Um fio pode, por exemplo, ser tensionado a partir de sua forma memorizada; o seu comprimento diminui sob aquecimento podendo ser utilizado, neste caso, como atuador em aplicações de robótica ou biomecânica. Nesse caso, o atuador se comporta de forma análoga a um músculo, ora contraindo ora relaxando. A obtenção do EMF se deve ao tratamento térmico ao qual a liga é submetida. Em virtude de suas propriedades de atuação termomecânica, as LEMF vêm encontrando aplicações crescentes em diversas áreas (naval, aeronáutica, nuclear, automobilística, de utilidades domésticas, robótica, médico-odontológico, dentre outras).